Criação de mapas conceituais como estratégia de ensino 

A criação de mapas conceituais é uma estratégia de ensino que tem sido amplamente utilizada em ambientes educacionais para ajudar os alunos a organizar e dar sentido a informações complexas. Ao representar visualmente as relações entre os conceitos, os alunos podem entender melhor como ideias diferentes se encaixam, identificar lacunas em seu conhecimento e fazer conexões com conhecimentos prévios. Neste texto, exploraremos o uso de mapas conceituais como estratégia de ensino, incluindo seus benefícios, como implementá-los em sala de aula e algumas práticas recomendadas para aprimorar o aprendizado dos estudantes.

Como implementar nas aulas atividade de criação de mapas conceituais

Quando se propõe uma atividade de mapeamento conceitual, o professor deve seguir alguns passos para garantir o sucesso da atividade:

  • Escolha o conteúdo adequado: criar mapas conceituais é mais eficaz quando usado para ensinar conceitos complexos e abstratos. O professor deve escolher um conteúdo desafiador o suficiente para exigir que os alunos pensem criticamente e estabeleçam conexões entre ideias, mas não tão difícil que os alunos fiquem frustrados. Por exemplo, o professor de biologia está ensinando sobre o sistema circulatório. Este é um assunto complexo e abstrato que envolve muitos conceitos inter-relacionados, como o coração, vasos sanguíneos, sangue, o transporte de oxigênio e nutrientes. Em vez de apresentar uma lista de fatos isolados, o professor pode propor a atividade de criar mapas conceituais para ajudar os alunos a estabelecer conexões entre os conceitos e entender como eles se relacionam.
  • Forneça instruções claras: antes de iniciar a atividade de criação de mapas conceituais, o professor deve fornecer instruções claras sobre como criá-lo. Isso pode incluir uma demonstração ou uma breve explicação do processo, juntamente com uma descrição do que se espera dos alunos.
  • Modele o processo: para ajudar os alunos a entender como criar um mapa conceitual, o professor deve modelar o processo criando ou mostrando um de exemplo. Isso pode servir como referência para os alunos enquanto eles criam seus próprios mapas.
  • Encoraje a colaboração: criar mapas conceituais é uma excelente maneira de encorajar a colaboração entre os alunos. O professor pode estruturar a atividade de maneira que os alunos trabalhem em duplas ou em pequenos grupos, compartilhando ideias e ajudando uns aos outros a estabelecer conexões entre conceitos.
  • Avalie o aprendizado dos alunos: por fim, o professor deve avaliar o aprendizado dos alunos, revisando os mapas e procurando evidências de pensamento crítico e compreensão do conteúdo. Isso pode ser feito através da análise do mapa e, se necessário, um diálogo com o aluno para identificar seu raciocínio.

Seguindo estes passos, o professor pode garantir que a atividade seja bem estruturada e eficaz, ajudando os alunos a entender melhor o conteúdo complexo e desenvolver habilidades de pensamento crítico.

Ponto de atenção

Um ponto que é importante tomar cuidado ao propor essa atividade é garantir que os estudantes tenham clareza sobre o que é um mapa conceitual. É comum o resultado desse tipo de proposta ser um esquema em que conceitos são conectados de forma mais ou menos aleatória, com a alegação de que tudo está relacionado. Para que um mapa conceitual atenda seu propósito, é importante que os estudantes tenham claro que ele é uma representação visual de conceitos e suas relações. Para que exista uma mapa conceitual, é preciso que essa representação tenha:

  1. Nós conceituais: que representam conceitos individuais ou ideias.
  2. Setas ou linhas: que conectam conceitos relacionados entre si.
  3. Hierarquia: conceitos mais amplos são representados em níveis mais altos do mapa, enquanto conceitos mais específicos são representados em níveis mais baixos.
  4. Esquematização: conceitos são organizados de forma clara e coerente para refletir suas relações.

Quais o benefícios e evidências de resultado da criação de mapas conceituais em sala de aula

A ideia de usar mapas conceituais como estratégia de aprendizagem sofreu influências das teorias de David Ausubel sobre aprendizagem. Ele foi um psicólogo educacional que defendia que o aprendizado é mais efetivo quando as novas informações são ligadas ao conhecimento existente de maneira significativa. De acordo com Ausubel, a forma mais efetiva de alcançar o aprendizado significativo é através da assimilação de novas informações na estrutura cognitiva existente de uma pessoa.

A elaboração de mapas conceituais se alinha à teoria de Ausubel sobre aprendizado significativo de várias maneiras. Primeiro, os mapas conceituais exigem que os estudantes se envolvam ativamente com novas informações e as relacionem com seu conhecimento. Este processo de fazer conexões e ligar novas informações ao conhecimento prévio ajuda os estudantes a internalizar e compreender de uma maneira significativa.

Em segundo lugar, os mapas conceituais fornecem uma representação visual das relações entre conceitos, o que ajuda os estudantes a entender as conexões entre ideias e ver o quadro geral. Esta representação visual torna a informação mais fácil de ser lembrada, o que reforça ainda mais o aprendizado significativo.

Por fim, os mapas conceituais incentivam os estudantes a sintetizar novos conhecimentos e gerar novas conexões, o que pode levar a uma compreensão mais profunda do assunto.

Vários estudos quantitativos comprovam a efetividade de mapas conceituais como estratégia de ensino. De acordo com o projeto Visible Learning, um projeto de pesquisa liderado pelo Professor John Hattie que tem como objetivo mensurar o impacto de diferentes estratégias de ensino, a criação de mapas conceituais tem, em média, um efeito de 0.64. Isso significa que a estratégia tem potencial significativo de acelerar a aprendizagem dos estudantes. 

Referências

VISIBLE LEARNING META. Concept mapping. www.visiblelearningmetax.com. Disponível em: <https://www.visiblelearningmetax.com/influences/view/concept_mapping>. Acesso em: 13 fev. 2023.